LOSING MY HOPE
Um
ano se passou desde o casamento, mas Snape ainda revirava as lembranças em seus
pesadelos. Tinha se candidatado e conseguido a vaga como professor em Hogwarts,
mas como professor de Poções. Dumbleodore se recusou a lhe ceder a vaga de
professor de DCAT, matéria que ele tanto desejava lecionar. Não pensava muito
no assunto, mas achava que Alvo Dumbleodore sabia que debaixo das longas vestes
que Snape trajava, este escondia um segredo tenebroso.
Seu
trabalho paralelo como Comensal da Morte estava a mil. Voldemort descobrira a
existência de uma profecia que prometia por um fim a tirania que ele começava a
implementar. A questão seria descobrir quem seria a criança mencionada na
mesma. Eram duas as opções: o filho de Alice e Frank Longbottom, aurores que já
haviam desafiado o poder do Lorde das trevas, ou o filho de Lílian e Tiago
Potter, que também desafiaram por diversas vezes o poder de Voldemort. As
crianças fariam um ano em breve e medidas precisariam ser tomadas. Uma equipe
de Comensais se dirigiria até a casa dos Longbottom para fazê-los revelar
quaisquer segredos. Voldemort esperaria o resultado para agir.
Tinha
medo do que podia acontecer a Lílian, mas tinha que obedecer ao Lorde das
Trevas, pois já presenciara as consequências da deserção e não queria ser
punido.
A
Marca Negra queimou fundo em seu braço. Com um toque de varinha, desapareceu,
deixando uma coluna de névoa negra onde antes estivera em pé.
Ao
abrir os olhos novamente, estava na casa dos Malfoy, que também tinham um filho
de quase um ano de idade, Draco, que cresceria um mundo de sangues puros, protegido
dos mestiços e trouxas. Snape passou a ver seus comparsas mais negativamente
desde a descoberta da profecia, mas não podia deixar transparecer sua
descrença.
Estava
cara a cara com o Lorde das Trevas e seus Comensais. Ele estava satisfeito:
-
Não é o bebê Longbottom. Os dois palermas não disseram nada, mas nossos colegas
fizeram um excelente trabalho com a Cruciatus. Fui informado que eles estão no
Hospital St. Mungus. Estão completamente loucos. Parabéns aos comensais
responsáveis.
Uma
onda de enjoo percorreu as entranhas de Snape. Reprimiu a ânsia de vômito e
voltou a ouvir o Lorde.
-Parece
que os Potter estão se escondendo de nós. Faz alguns meses, creio eu que desde
a época que os membros da Ordem descobriram sobre meu interesse na profecia,
que um feitiço Fidelius foi armado em volta da casa, mas eles não se esconderão
mais. Esta noite, graças a Rabicho, Fiel do Segredo, temos como invadir a casa
e dar cabo de toda a família Potter. Estarei indo para lá a meia-noite.
Snape
estava chocado. Realmente a perderia para sempre, não podia se meter na frente
dos planos de Lorde Voldemort. Sentia pena até mesmo de Tiago. E o pequeno
Harry? A criança morreria e parte da culpa seria sua. Pettigrew: quem imaginava
que aquele menino insosso iria ser capaz de trair seus amigos? Mas na situação
atual, qualquer coisa poderia acontecer.
Quando os sinos deram doze badaladas,
Voldemort desapareceu. Iria para Godric’s Hollow e mataria a todos naquela
casa. Seu coração doía de remorso.
Meia
hora depois, Voldemort ainda não havia voltado. Todos sabiam que não haveria
resistência ao ataque: era tarde, eles estariam sem as varinhas e muito
cansados para lutar. Foi nesse momento que Snape viu sua marca empalidecer,
quase sumindo completamente, apenas uma sombra em seu braço esguio.
Snape
aparatou para a casa dos Potter imediatamente. Assim que pisou na sala pôde ver
uma mesa virada e um sofá meio queimado. O corpo de Tiago jazia sem vida ao
lado de uma estante quebrada, seus óculos, arremessados do rosto, estavam sem
as lentes. Severo subiu as escadas, já sabendo o que veria. Mesmo assim, quando
chegou ao quarto do menino, uma tristeza descomunal tomou conta de seu peito. O
corpo da única mulher que ele amava estava prostrado junto a um berço de
madeira. Seus cabelos ruivos cobrindo-lhe metade da face. Snape tomou o cadáver
em seus braços e agonizou. Um berro de profundo pesar e dor saiu de sua
garganta. Ele estava em frangalhos, perdera a esperança de viver. Os olhos
verdes de Lílian ainda estavam abertos. Com dedos molhados pelas lágrimas,
Snape fechou-os e deu-lhe um último abraço, deitando o cadáver no chão para que
repousasse o sono eterno dos mortos. Ao olhar no berço, viu que o menino
continuava vivo. Ele sobreviveu a uma maldição da Morte, a primeira pessoa a
fazê-lo. Mas como uma criança consegue sobreviver a essa maldição e como pôde
derrotar o grande Lorde das trevas? Quando observou seu rosto mais atentamente,
viu que lá havia um corte em forma de raio, decerto o local onde a Maldição
ricocheteara. O bebê tinha os olhos verdes de Lílian. A ideia de ter que
conviver com esses olhos dali a 10 anos era aterradora, mas sabia que tinha que
proteger esse menino. Era a única lembrança que teria de Lílian.
Snape
sentia um profundo remorso. Ele sabia que o Lorde das Trevas não voltaria
brevemente, a maldição fora forte demais, mas um dia ele se reergueria. Severo
não iria deixar que essa chacina ocorresse novamente, mas também não podia
desertar, já que as retaliações seriam violentas demais. Decidiu procurar
Dumbleodore e pedir-lhe perdão, para que pudesse agir como espião em nome da Ordem
da Fênix.
Quando
encontrou Dumbleodore, esse lhe dirigiu palavras ásperas:
-
Satisfeito?
-
Senhor, eu perdi a mulher que eu mais amei nesse mundo e a culpa é minha! Não
sabe que o remorso que sinto é real? Perdoe-me senhor, posso ser útil para a
Ordem.
-
O Lorde das Trevas realmente caiu?
-
Sim. A Maldição da Morte que ele lançou no menino ricocheteou e o acertou. O
bebê está vivo.
-
Sim, sim. Vou leva-lo até a casa de algum parente até que atinja a idade de
começar seus estudos.
-
Posso ingressar na Ordem?
-
Severo, você parece estar realmente arrependido e é um homem bom, então
confiarei em você. Mas, Severo, você ainda ama a Lílian, depois de todo esse
tempo?
-
Sempre – disse Severo, com lágrimas nos olhos. – Sempre.
Esse é o fim de Losing my Hope! Espero que tenham gostado dessa história, pois eu achei incrível escrevê-la e tenho planos de continuar com projetos semelhantes no futuro. Curta a página do Blog da Traça no facebook para saber de posts futuros e mais novidades no blog!
Me despeço por aqui,
Me despeço por aqui,
Traça.